quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

PEQUENA ABELHA - Chis Cleave


Pois é... e agora... como posso dizer...  até aonde posso dizer... É uma história fascinante, envolvente...
A história é contada com uma leveza, clareza, que as imagens vão tomando forma minha cabeça e quase tomam vida própria.
No decorrer da leitura ficava imaginando como seria se em alguma momento da história tivesse sido diferente, e isso só é possível porque o livro que nos aproxima intimamente das personagens...
Sei lah... é bem envolvente, intrigante... Não vou, não posso e nem devo contar a história... Isto porque, quando se resolve ler o livro, meio que firma-se um pacto de silêncio com o autor...
Iria perder toda a graça, afinal eu mesma não fazia idéia da história antes de começar a lê-la...
Foi exatamente por causa desse ar de mistério que envolveu a divulgação do livro que decidi lê-lo...


" No entanto, olhei no entorno e reparei que havia outras famílias assim. A maioria era de brancas, mas algumas eram negras, e tanto quanto as negras havia as mistas. Sorri quando vi aquilo. E pensei com meus botões: Abelhinha, não há eles neste luga. Essas pessoas felizes, essas pessoas misturadas que são uma coisa e ao mesmo tempo outra coisa, essas pessoas são você." - Abelhinha

domingo, 2 de janeiro de 2011

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, expontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade